Na última reunião de câmara foi apresentada pela CDU a moção intitulada “Em defesa da Paz e pelo fim da escalada de confrontação na europa”. Sobre esta moção, o Vereador David Pato Ferreira disse o seguinte:
“É de uma forma triste e desapontada que lemos esta moção. Se há coisa que os últimos dias deveriam ter mostrado a todos é que na ordem internacional não podem haver meias democracias que aceitam como parceiros ditadores de corpo inteiro, fazendo de conta que são apenas meios ditadores. Quem acha que a Ucrânia se deve manter como neutral, sem direito de aderir à NATO ou à União Europeia, devia explicar muito bem o que é que a Ucrânia tem a menos que qualquer outro país que queira fazer as suas escolhas em termos estratégicos. É porque são um país vizinho da Rússia? É porque essa vizinhança lhes dá um estatuto de sub-país? É porque não queremos incomodar os saudosistas do bloco soviético? É porque não fomos capazes de lidar com o facto de que estão novamente do lado errado da história? Ou é a Ucrânia menos país que o Afeganistão ou o Iraque? Aliás, esta lógica de que por um lado se defende a soberania dos povos e depois atacamo-los quando exercem a sua própria liberdade. Acusando-os de estarem ao serviço de outros, é de uma inacreditável falta de honestidade intelectual. É um desrespeito pelos ucranianos, pelos afegãos, pelos iraquianos e por todos os povos que são e foram invadidos sem justificação.
É injustificável, incompreensível e deplorável, que a CDU e os partidos que a compõem, tragam a esta reunião de câmara uma moção que usa a expressão «operações militares», em vez da expressão invasão. Que não tem uma palavra a condenar Putin e o Governo Russo, mas que tem muitas a culpar a NATO e a própria Ucrânia de ter sido invadida. Que não se coloca do lado certo da história, mas insiste num revisionismo histórico pré queda do Muro de Berlim. Que tem medo de assumir que errou, mas que não treme ao apontar falsos culpados.
A história da Europa devia ser suficiente para não nos deixar ter este tipo de equívocos. Mas não só insistiram nos erros como se perderam nas justificações, na tentativa de procurar compromissos com quem agora não quer compromissos nenhuns. Hoje, não temos palavras para aquilo que aqui foi trazido. É um atentado à liberdade e ao respeito. Connosco não contarão para este caminho. Temos a certeza que estamos do lado certo da história.”
Na sequência desta moção da CDU apresentámos uma contra proposta, que anexo, e que foi aprovada por maioria com os votos contra da CDU. Mesmo de pois de termos aceite propostas de alteração de todas as bancadas, incluindo da CDU. A única que não aceitámos foi a retirada da “continuação da aplicação de sanções económicas aos seus responsáveis”, que para nós era fundamental.
Aqui fica a Moção completa apresentada pela Nova Geração: